Lubrificação Intermitente - Lubrificação por pulverização

28 Fevereiro 2019

Lubrificação intermitente significa a aplicação do lubrificante em sequências de tempo interrompidas. Este método comporta sempre uma perda na lubrificação, o que acentua a importância de prestar uma atenção especial a factores económicos e de rentabilidade.

Tal como no exemplo da lubrificação contínua, também na lubrificação intermitente contamos com múltiplos métodos de aplicação. No entanto, iremos focar-nos nos dois mais recomendados para uma lubrificação segura de transmissões por coroa dentada:

  • Lubrificação manual com pistola pulverizadora
  • Lubrificação automática por pulverização

 

Lubrificação manual com pistola pulverizadora

Actualmente, a lubrificação mais adequada para grandes transmissões de coroa dentada, como por exemplo em tambores rotativos, é feita pelo uso de dispositivos manuais de ar comprimido. Recomenda-se a sua aplicação durante o trabalho em todos os casos onde não pode ser realizada a instalação fixa de equipamentos automáticos de pulverização e onde em condições de serviço deve realizar-se uma lubrificação de emergência evitando qualquer risco de acidente.

Aplicam-se dispositivos manuais, completamente montados:

 

 

Estes consistem num depósito pressurizado de lubrificante, com os acessórios necessários: uma pistola de pulverização de alta capacidade e os tubos de conexão para o lubrificante e o ar comprimido. O depósito de pressão não está sujeito aos regulamentos legais sobre recipientes de pressão.

Este equipamento é portátil e de fácil manuseamento. Para ser colocado em funcionamento deve ser ligado à rede central de ar comprimido. Com a pistola de pulverização podem ser levadas a cabo praticamente todas as técnicas de utilização, tais como:

- lubrificação de serviço com uma capa lubrificante extremamente fina, com máxima economia de consumo

- preparação de transmissões de coroa dentada abertas, para realizar o controlo da imagem de contacto e de repartição da carga

- aplicação de lubrificante para a lubrificação de reparação, de correcção e de rodagem forçada.

A lubrificação manual com pistola de pulverização tem as suas limitações, particularmente em situações nas quais é importante lubrificar com segurança e assiduamente os sistemas de transmissão de grande porte

 

Lubrificação com pulverização automática

O equipamento de lubrificação adequado para lubrificantes adequados.

Vários fabricantes oferecem hoje em dia equipamentos automáticos de lubrificação em diferentes desenhos constructivos, pelo que há que reconhecer que todos eles incorporam os últimos avanços da técnica actual. Todos podem veicular lubrificantes de serviço com um elevado componente sólido e também lubrificantes especificamente concebidos para a lubrificação de rodagem ou de correcção. Os equipamentos automáticos também pulverizam produtos isentos de lubrificante sólido ou de alta viscosidade.

Uma exigência importante para equipamentos automáticos de lubrificação é a sua adequação para poder efectuar a rodagem específica de transmissões de coroa dentada. Tais sistemas devem estar concebidos para o serviço permanente e aplicação de grandes quantidades de lubrificante de rodagem ou de correcção. Hoje em dia, a aplicação destes lubrificantes efectua-se de modo quase contínuo e em quantidades predeterminadas e dentro de um tempo definido.

Em consequência, a lubrificação de rodagem determina a dosagem máxima de aplicação em caso de serviço contínuo de um sistema de pulverização, enquanto a dosagem mínima se determina para a lubrificação de serviço. Por causa da quantidade reduzida para a lubrificação de serviço, a aplicação do lubrificante, com quase todos os aparelhos, realiza-se a intervalos, ou seja, estabelecendo períodos de tempo de funcionamento e tempo de pausa.

Para a determinação correcta das características técnicas de um sistema de lubrificação por pulverização (caudal de fornecimento mínimo da bomba de lubrificante) é indispensável determinar as supostas quantidades de lubrificante para a lubrificação de rodagem (quantidade máxima).

Estas quantidades determinam-se exclusivamente segundo os requisitos do sistema de transmissão e dependem dos sistemas de pulverização a aplicar, ou seja, das bombas de transporte de lubrificante e seu modo de funcionamento. Basicamente, há que tornar como regra que a superfície de contacto a lubrificar (transmissões com pinhão simples ou duplo) o tamanho da transmissão (diâmetro e largura) e as velocidades periféricas (factor de velocidade) são parâmetros decisivos para determinar o consumo de lubrificante. Mas também a temperatura de massa do pinhão e da coroa dentada assim como outros factores dimensionais cujos efeitos no que diz respeito à necessidade de lubrificante só podem ser estimados, têm a sua influência na determinação da quantidade de lubrificante.  Ou seja, determinar as tais quantidades não é fácil, por este motivo e sobre a base de muitos anos de experiência na lubrificação de grandes transmissões foi desenvolvido um diagrama, no qual são apresentados valores indicativos de rodagem e serviço. 

 

O primeiro passo é determinar a quantidade de lubrificante específica em g/cm por largura de flanco e horas de serviço, dependendo do modo de funcionamento e/ou do modelo da máquina. Por meio da largura realmente existente do flanco (por ex. 60 cm do pinhão ou dos pinhões) pode-se calcular o valor aproximado de consumo por hora de serviço. O motivo de selecionarmos a largura do flanco como medida de referência é a facilidade para determinar assim a transmissão de potência específica.



Sistemas de lubrificação por pulverização




A figura mostra o funcionamento de sistemas de lubrificação por pulverização de diversos fabricantes. São equipamentos que hoje em dia se utilizam para o fornecimento de lubrificantes aderentes pulverizáveis e actuais em grandes transmissões por coroa dentada. Estes sistemas são diferentes em seu desenho e em seus componentes, a saber:

- bombas de lubrificação, por exemplo, bombas electromecânicas de pistão com saídas múltiplas (bombas com depósito) com reenchimento automático dos depósitos de reserva por meio de bombas pneumáticas ou de enchimento manual. Fornecimento directo por meio de bombas pneumáticas ou electromecanicamente, que são acopladas ao bidão de lubrificante.

- desenho com sistema de tubagem única ou múltipla

- fornecimento directo do lubrificante desde a bomba de lubrificação às boquilhas de pulverização, ou através de um distribuidor progressivo intercalado.

- boquilhas de pulverização com autocontrolo 8accionadas por meio de lubrificante e/ou ar9 ou boquilhasexternas, com ou sem controlo ou boquilhas binárias simples.

Além do mais, os sistemas de lubrificação por pulverização diferem na possibilidade de comando e controlo da alimentação de lubrificante no caso de lubrificação contínua ou por intervalos, assim como no controlo de funcionamento do sistema.